Margarida Branco, SRC
Do vazio, pleno de potencial, vem a manifestação. De uma potencialidade energética, surge a matéria. Activado esse vazio quântico (que é energia), surge a matéria. Estão então presentes os dois pólos do mundo da dualidade – matéria e energia -, que originarão a forma, terceira ponta do triângulo que será infinitamente construído através da expansão energética. Estamos, então, no mundo tridimensional. Aqui funciona, por esta razão, a lei de causa e efeito, considerando como causa a interacção das duas primeiras pontas desse triângulo original – matéria e energia – e efeito, a terceira ponta, a forma ou manifestação.
A partir do vazio, ou seja, do nada que é tudo, surgiu a mais ínfima porção de matéria que, fruto de uma explosão inicial, deu origem à complexidade do mundo universal.
A expansão contínua em que o universo se encontra, deverá atingir um ponto máximo de crescimento, após o que começará a retrair-se e a aproximar-se do seu centro original. Dito por outras palavras, deverá retornar à essência de que é feito, isto é, voltará ao mundo espiritual, mas já com uma consciência alcançada no trajecto feito enquanto existiu manifestamente.
De igual forma, se passa com o nascimento de um ser humano. Ele surge na terra, depois de ter sido concebido pela fusão de um espermatozóide (que representa a polaridade positiva ou energética), com um óvulo ou seja com o pólo negativo da interacção, simbolizando a matéria. Será assim construído o embrião que contém em si as potencialidades infindas de um ser, expandindo-se gradualmente até originar um novo ser que, num processo avançado, se tornará num homem adulto.
No entanto, no ápice dessa expansão, começa a processar-se o caminho inverso, ou seja, o declínio do corpo, em direcção à velhice. Quando morremos, retornaremos igualmente à nossa origem essencial. O nível espiritual que então alcançaremos será resultado do grau de consciência alcançado enquanto estivemos encarnados, e que será a base da personalidade de uma próxima vida terrena.