Scroll Top

O Labirinto

Labirinto

Adilio Jorge Marques, FRC

Um dos conhecimentos Druídicos e pagãos mais importantes incorporados por nossa cultura abrange o estudo do simbolismo dos Labirintos e sua utilização na vida psicológica e mística. Entre eles, o dos Labirintos era de conhecimento não só dos Iniciados, como, também naquela época, do povo, que respeitava e sabia algumas das finalidades daquelas construções e representações simbólicas até o advento do cristianismo em terras do norte da Europa. Com a “Nova Mensagem” cristã, muitos desses antigos costumes e conhecimentos foram propositadamente abandonados ou deixados de lado pela nova explicação espiritual.

A existência de canais ou veias telúricas, por onde flui a energia da Mãe Terra, era de conhecimento dos povos antigos de um modo geral. Encontramos vestígios disto em todas as partes do mundo, mais principalmente onde hoje é a Grã-Bretanha e a França. Além dos marcos bem conhecidos destes pontos telúricos, como dólmens, menires etc., temos os Labirintos de pedra e, nos lugares ditos pagãos onde Catedrais foram construídas por cima, vemos dentro delas, como em Chartres, desenhos de Labirintos, como a nos relembrar os antigos tempos. Eles seguiam muitas vezes estes canais de energia telúrica, dando, assim, forma ao seu complexo de passagens e corredores. Porém, este é um conhecimento que não é aceito como explicação em nossos dias atuais.

Os Labirintos são encontrados em quase todas as Catedrais, e como muitos de nós certamente já o sabem, também em outros lugares ou templos diversos. A que eram destinados é motivo de questionamentos até os dias atuais para a ciência oficial. Acredita-se que continham funções iniciáticas e, até mesmo, exotéricas. Quanto a sua origem precisa, pode ser ainda mais difícil de dizer, pois até no Antigo Egito foram encontrados vestígios de Labirintos. Na Grécia fazia parte da cultura e da mitologia de seu povo, onde indicava obstáculos a serem superados para que se conseguisse alcançar determinado objetivo. Várias passagens mitológicas mostram isso, como o fio de Ariadne e a do Minotauro. Na Holanda a lenda de São Jorge é atribuída pelos antigos a este antigo conhecimento das linhas telúricas benfazejas, pois dizia-se que sua lança era a representação de um menir, tais forças da terra o dragão e o Santo era o homem Iniciado nos mistérios, detentor do conhecimento, que domina as energias da Natureza e as suas energias internas.

O Labirinto simboliza as dificuldades da Iniciação daquele que a requer. É o símbolo do lento progresso de seu pensamento, de suas provas, de seu retorno a si mesmo, ao seu interior, a fim de encontrar o que chamaríamos “o bom caminho”. Ou, o verdadeiro caminho da Alma. No início, o candidato desconhece a trilha a ser seguida, e o medo o envolve. Muitas vezes o candidato tem que retornar a um determinado ponto para poder seguir adiante. Ele mostra também, assim, os revezes da vida, assim como sua volta para tornar a partir sobre novas bases, mais sãs e mais seguras, após períodos de reflexões aprofundadas. Tudo isto são aspectos do que é necessário ao requerente à Iniciação onde aparece o Labirinto.

Neste sentido, os Labirintos desenhados nas Catedrais, sob uma forma mais curta e simbólica, nos indicam a representação de todas as dificuldades do caminho Iniciático. Podem ser provas físicas, ou não. Ou, até, os perigos reais da vida.

Com isto, os Labirintos deixam na eternidade o fato de que seu simbolismo místico continua atual até os dias de hoje e assim permanecerá aos Iniciados do amanhã.