Scroll Top

O Jardim da Paz Profunda

Um jardim é feito de plantas, folhagens, flores, perfume e beleza. Plantas vêm de sementes. As sementes devem ser escolhidas, de boa origem e qualidade, preparadas para adentrar o solo e expressar-se, com seu crescimento, em flores, frutos, cores, perfume, sabor e beleza. Tudo isto precisa ter como base o solo – a escolha da terra, o seu preparo e cuidado são importantes.
Para o jardim é preciso, antes de tudo, de uma escolha prévia e de um local adequado, de modo que o Sol possa adentrar a terra, vivificando-a e ordenando-lhe que prossiga com sua fertilidade alvissareira.

Jardim-Paz-Profunda

Maria Aparecida Frigeri, SRC

Um jardim é feito de plantas, folhagens, flores, perfume e beleza. Plantas vêm de sementes. As sementes devem ser escolhidas, de boa origem e qualidade, preparadas para adentrar o solo e expressar-se, com seu crescimento, em flores, frutos, cores, perfume, sabor e beleza. Tudo isto precisa ter como base o solo – a escolha da terra, o seu preparo e cuidado são importantes.

Para o jardim é preciso, antes de tudo, de uma escolha prévia e de um local adequado, de modo que o Sol possa adentrar a terra, vivificando-a e ordenando-lhe que prossiga com sua fertilidade alvissareira.

Se for pensado o fator ornamentação, é bom que o ambiente seja preparado, antes da colocação das sementes, pois a planta precisa do tempo como elemento de composição. Podemos prever se ela será mais alta ou mais baixa, se ela se alastrará enquanto cresce ou se manterá crescendo apenas para o alto.  Tudo isto é previsível, mas podemos ter surpresas. As plantas têm uma consciência vegetal que as faz entender os propósitos interiores de seu cuidador, ou do jardineiro. Elas podem ou não colaborar com as “solicitações” mais íntimas do ser humano, seus propósitos e conduta, desde que sinceros e amorosos.

Certa ocasião, demarcado o local, planei no jardim de minha casa um pinheiro para ser ornamentado na época do Natal. Haviam-me dito que seu porte era pequeno a médio, mais ou menos 1,80m. Achei que ficaria de bom tamanho, próprio para o jardim. No primeiro ano o pinheiro ofereceu-me a linda e luzente visão natalina, banhando em luz o jardim. Devagar, ele foi crescendo um pouco mais, e os enfeites de Natal poderiam ser colocados sem maiores esforços. Depois, necessitou-se de uma pequena escada para a colocação do ponteiro.  Mas o pinheiro foi crescendo de tal forma a não mais termos escada que alcançasse a sua ponta. E seu ponteiro natural exigia que erguêssemos muito o pescoço para avistá-lo.

Finalmente, tivemos que transportá-lo para o horto florestal, pois se tornara grande demais para um jardim de pequeno porte. Surpreendentemente, o pinheirinho de natal tornara-se uma grande árvore, distanciando-se de nossos propósitos.

Voltando, então, ao Jardim da Paz, este não apresentará problema de ordem física dessa categoria, porém exigirá um pouco mais que esforço físico, pois requer uma construção de pensamentos que dão origem às palavras que podem transformar em ações. Isso vem a ser a escolha das “sementes”, dos pensamentos que plantamos todos os dias em nossa Alma.

O nosso Jardim Interno, para nos trazer as flores, os frutos da paz, com seu perfume, cor e beleza, com vários sabores, da manhã ao anoitecer, indo até aos nossos sonhos, necessita de muito mais atenção e cuidados do que aquela árvore no jardim físico de nossa casa material.  A casa espiritual, responde, segundo nossos propósitos, como flores, frutos e beleza se isto for colocado, de coração aberto e alma pura, junto às sementes escolhidas e bem cuidadas.

A Casa Espiritual, com os valores que vamos lhe dando ao longo do nosso tempo de vida terrena, nos dá a dimensão da nossa paz. Poderá ela ser mais profunda se tivermos consciência hominal voltada para o Divino, para a Essência Cósmica, para os valores essenciais, virtudes e cuidados com o pensamento, o verbo e a ação.

É como se lapidássemos sempre o nosso diamante, a pedra preciosa que habita o nosso Ser. Viemos a este mundo como um diamante bruto que necessita de lapidação. E quanto mais forte a nossa consciência, mas cuidados teremos na lapidação dessa preciosa pedra que é o nosso Ser a caminho da perfeição.

Nosso jardim, então, poderá premiar nosso altruísmo com beleza esplendorosa, através das flores perfumadas e das borboletas de todas as cores. A ramagem que ornamenta o solo de onde provém a seiva para o seu cultivo, abre campo para o pensamento “Luz”, a palavra “Vida” e a ação “Amor”. Unidas essas potências ao calor do Sol, que também as traz, há o derramar de copiosas bênçãos, junto à água que se lhes revigora e dá vida aos rebentos, hidratando pétalas e frutos.

Todos estes elementos formam o grande e simbólico Jardim da Paz, da Paz profunda, se assim o desejam nossos pensamentos e conduta. Pela atenção que dermos aos nossos passos na vida, nosso caminhar, como verdadeiros peregrinos, encontraremos a Paz e, por certo, com consciência da Luz, da Vida e do Amor, a almejada Paz Profunda.

Cultivemos o nosso jardim, todos os dias, pela evolução das virtudes e pelo agradecimento ao Cósmico a cada momento. Assim, poderemos ter sempre o Bem ao nosso lado. A Vida será preenchida pelo Amor pleno, na comunhão com a Luz e na plenitude do Deus de nosso coração.

As sementes florescerão, continuamente, no jardim de nossa alma, no jardim da paz, para deleite de nossos dias na Área Divina chamada Terra, o planeta-laboratório que no oferece as ferramentas para a lapidação de nossa forma tosca, o bruto diamante que poderá tornar-se, pelos nossos esforços, no grande diamante que faz brilhar o amor eterno, a Saúde e a Paz Profunda.

Assim seja!