Eduardo Teixeira, FRC.
A Educação orientou-se para “fora”, preparando caminho para múltiplas especializações. Todas as formas de conhecimentos, insuficientes por si próprias para assegurarem aos jovens uma posição social economicamente orientada, foram progressivamente abandonadas. A juventude, sentindo, ainda que de forma nebulosa, a perda de identidade, lançou-se numa busca quase desesperada de novos valores.
Essa reação desamparada de filosofia, que pudesse definir o verdadeiro sentido da liberdade, redundou, como é facilmente compreensível, em comportamentos distorcidos e, consequentemente, não logrou de imediato a compreensão da sociedade. Instalou-se, dessa forma, uma crise de proporções imprevisíveis. Em algum momento, entretanto o senso comum foi mobilizado e surgiu aquilo que presentemente constituí opinião unânime daqueles que se ocupam com a tarefa da Educação: a conscientização da necessidade de reformulação dos métodos e da qualidade do ensino.
Toda a crise é fruto de extremismo. Afortunadamente, qualquer tipo de extremismo conduz o germe de sua própria regeneração. A História é testemunha de que toda a crise de grande estrutura decorre do enfraquecimento do sentido de humanidade e da inversão de valores que sustentam a sociedade humana. A restauração desses valores está em íntima relação com o desenvolvimento de uma cultura humanística. A valorização do Homem, integralmente considerado, como objetivo da cultura humanística, é o ponto de partida para qualquer reforma educacional.
O Misticismo promove o encontro do Homem com o seu Deus Interior e a consecução dos mais sublimes objetivos da existência. Por isso tem o poder de harmonizar ciência e humanismo, influindo positivamente numa educação substancial da juventude, responsável por seu destino e participante indispensável no plano evolutivo do Cósmico.